Banho tomado, unhas cortadas, penteado feito, loção e perfume। As atividades, comuns e necessárias para os seres humanos, já viraram pré-requisito também para muitos animais de estimação, em especial os cachorros. Especificamente em Mogi das Cruzes, há cada vez mais opções para os proprietários cuidarem de seus bichinhos e até praticarem pequenos luxos. Tudo isso graças à evolução do mercado pet, que é um fenômeno nacional e não deixou o Município de fora.
Nos últimos 10 anos, o crescimento do setor foi notável. Ao longo desse período, a Cidade ganhou grandes grupos, como Polipet e Center Marginal, e também registrou um significativo aumento nas lojas de médio e pequeno porte. Além de unidades comerciais dos mais diferentes tamanhos – no caso do Center Marginal, a loja no Mogilar tem 1000 metros quadrados – os mogianos encontram clínicas especializadas no atendimento veterinário que funcionam em regime de 24 horas, tratamentos alternativos para cães, venda de filhotes, farmácia, rações nacionais e importadas, roupas, itens de higiene e beleza, acessórios, petiscos, brinquedos, bijuterias, comedouros, tapetes higiênicos, livros e vídeos. Há, ainda, estabelecimentos que fazem adestramento de cães, promovem doações de animais, alugam cães de guarda, vendem filhotes e oferecem hotel para os bichinhos.
Essa ampla oferta de produtos e serviços acaba desencadeando o que muitos já chamam de humanização dos animais. Mas quem trabalha no ramo geralmente discorda da utilização do termo. Há quase 25 anos comandando a loja Mogivet, na Avenida Narciso Yague Guimarães, o empresário Fernando Cecin é um dos que acredita que tudo, na realidade, depende do bom senso. "Existem os que extrapolam. Acho que o dono tem de dar todo o carinho possível para o seu animal, mas tem de entender que cachorro é cachorro. Tudo, na verdade, é uma questão de bom senso".
Cecin, aliás, é um bom exemplo de quem viu o mercado pet da Cidade progredir। Para ele, esse avanço é algo extremamente positivo, pois estimula todos a se renovarem e a se manterem sempre atualizados. Ele mesmo admite que, não fosse o surgimento de grandes lojas, talvez ainda estaria no antigo e pequeno endereço.
O mercado de luxo animal foi algo que o empresário também incorporou ao longo do tempo. "No começo mexia mais com animais de grande porte. Depois, com a transformação e valorização desse mercado pet, adaptei toda a loja e comecei a explorar esse nicho. Ainda tenho produtos para grandes animais, mas esse ramo de cães e gatos é o mais rentável".
Literalmente encravado entre grandes lojas, ele defende que sua sobrevivência se dá por conta de alguns diferenciais. "Temos uma forma diferenciada de trabalhar. A loja existe desde 1986, então temos clientes fieis, e o atendimento é personalizado". A receita, aliás, tem dado tão certo que ele já tem planos de ampliar. "Quero crescer mais. Meu problema aqui é o espaço físico, mas em breve pretendo transferir meu depósito para outro local e usar o espaço dele para aumentar a loja", afirma.
Juntamente ao aumento no número de produtos e serviços, cresceu também a profissionalização nos tratamentos clínicos e ambulatoriais de cães e gatos. Hoje em dia, os cachorros que desenvolvem doenças como diabetes, por exemplo, já podem ser tratados com medicação específica. O veterinário Américo Tadashi Miki, que atua em uma clínica no Alto do Ipiranga, informa que os serviços mais buscados atualmente para os pets são vacinação (20%), tratamento para problemas de pelo (30%) e para complicações gastrointéricas (30%). Já os 20% restantes, diz ele, ficam distribuídos entre percalços variados, como tumores, neoplastia, problemas de ouvido e acidentes, tais como brigas, atropelamentos e envenenamentos.
Miki tem uma posição firme com relação à expansão do mercado de luxo para animais de estimação. De acordo com ele, o mais importante é cuidar da higiene, saúde e dar carinho para os bichos. O restante, para ele, é supérfluo. "A medicina humana diz que o mais importante é ter qualidade de vida e prevenir doenças. Dar roupas, banhos, colocar brincos e tudo mais é secundário. O cachorro só precisa de duas coisas, além da vacina: comida e carinho. O que acho preocupante é uma reversão de valores. Às vezes, a pessoa se preocupa em comprar roupas de marca para o animal, mas esquece das partes mais importantes, que são cuidados sanitários, vacinação".
A própria diversificação nos tipos de ração, segundo o veterinário, não é algo extremamente necessário. De acordo com ele, analisando de perto é possível perceber que todas as rações são feitas com base em subprodutos de frango, a proteína animal mais barata que existe. As diferenças de preço, diz ele, vem de aspectos externos. "Existe o vitamínico mineral que eles usam, o aromatizante, o estabilizante e aí tem o pacote que tem alumínio, o outro que não tem. As rações industriais, na verdade, tem muita aceitação porque elas são muito cômodas, mas na realidade o cachorro não a comeria se tivesse outras opções".
Quanto à questão da humanização, ele também é contra. De acordo com ele, o certo seria se falar na individualização dos animais. Isso porque, uma vez que são criados em casa e têm todo tipo de cuidados e mimos, os cães acabam perdendo o instinto natural de bando, e criam até mesmo um ambiente de territorialismo. "Ele deixa de aceitar cachorros de fora, quer ser dono do outro. Acho ótimo as pessoas se preocuparem e cuidarem de seus बिचोस
Fonte: O Diario de Mogi