sábado, 22 de agosto de 2009

Começa a campanha de preservação das tartarugas

A campanha de conscientização ambiental e preservação das tartarugas marinhas, ‘Salvemos as Tartarugas’, iniciará ainda nesse mês a primeira fase de atividades até o final do ano. O objetivo da empreitada ecológica promovida pelos surfistas da Associação de Surf Costão dos Náufragos (ASCN) é que a comunidade tome conhecimento da existência de uma grande população de tartarugas verdes que moram e se alimentam nas praias da cidade, e que garantem a biodiversidade marinha local.

Pessoal da Fundema registrando dados dos animais achados na praia e uma tartaruga jovem achada no Tabuleiro semana passada (Foto: Divulgação/Nas Ondas com Banana)

Pessoal da Fundema registrando dados dos animais achados na praia e uma tartaruga jovem achada no Tabuleiro semana passada (Foto: Divulgação/Nas Ondas com Banana)

Para atingir sua primeira meta, os organizadores do movimento, o doutor Maurício Coimbra e o jornalista Ezequiel Díaz Savino, contrataram a oceanógrafa da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Janaina Moslavacz de Camargo para apresentar palestras informativas em escolas públicas e particulares, associações comunitárias, e empresas privadas. Janaina também desenvolverá o plano ambiental da campanha, entanto Ezequiel e Maurício estarão encarregados da área sócio-cultural e de sustentabilidade dos trabalhos.

Placas informativas

Junto com a parte de conscientização ambiental, também serão montadas placas informativas sobre as tartarugas, detalhando os locais onde podem ser avistadas e suas características. As placas levarão também o patrocínio de indústrias, empresas e estabelecimentos comerciais que tenham interesse na preservação ambiental e queiram garantir a continuidade do projeto. Os pontos de sinalização serão na Praia Central (Posto Guardavidas), no Costão dos Náufragos , na Praia do Tabuleiro, na Praia do Sol, na desembocadura do rio Itajuba, e na Praia do Grant.

As placas também terão frases sobre ecologia, escolhidas através de um concurso escolar, outro aberto à comunidade e outro para o setor lojista. Além da divulgação do nome do ganhador haverá premiações em roupas e medalhas.

150 anos

A tartaruga verde é a espécie marinha de maior população na costa brasileira, porém muito caçada para a comercialização de carne e casco. Ela chega a viver mais de 150 anos e é a única que durante seus primeiros anos de vida é carnívora e depois passa a ser hervivora, se alimentando exclusivamente de algas. Segundo a ocenógrafa do projeto, a tartaruga ajuda a garantir a vida marinha dos costões e lajes de pedra. “Ela se alimenta de algas e, ao mesmo tempo, aduba os pontos de alimentação que frequenta, produzindo nutrientes para a preservação da fauna marinha desses locais. Nós também queremos garantir a presença dela em nossas praias para preservar o equilíbrio da biodiversidade marinha”, explicou.

10 animais mortos

Em Barra Velha a campanha tomou forma no começo do ano, depois de registrar o aumento expressivo de tartarugas mortas na praia. Desde o começo do ano já apareceram mais de dez animais mortos, entanto a campanha começou o levantamento de dados no mês de junho. “Ela pode ser avistada a olho nú, inclusive em menos de um metro e meio de profundidade e não tem medo da presença humana. Nós, os surfistas, temos um laço especial com o animal porque ele sempre está acompanhando”, comentou Maurício.

A organização também conta com o apóio da Fundação de Meio Ambiente Municipal (Fundema), que está recolhendo as tartarugas achadas mortas na praia e posteriormente as encaminhará para a Univali para a realização de autópsia. “Assim vamos averiguar se o animal morreu afogado pela ingestão de plástico que chega dos rios, vítima de redes de pesca, por alguma doença ou por alguma outra questão que deverá ser apurada”, explicou ocenáografo e diretor técnico da Fundema, Rodrigo Mazzoleni.

Vigias

Em paralelo, os organizadores estão montando o projeto ‘Surfista Sentinela’, onde cada esportista e simpatizante do projeto poderá participar de forma ativa da campanha através da fiscalização das praias. “Somos nós, os surfistas, os que frequentamos os locais onde a tartaruga se alimenta. Nossa ideia é que todos sejam instruídos através das palestras da campanha e das apresentações da Fundema para saber como proceder quando aparece um animal vivo ou morto na praia além de fiscalizar a limpeza das praias e dar dicas sobre educação ambiental a veranistas e moradores na temporada de verão”, encerrou Ezequiel.

Os interessados em participar de forma ativa no projeto ou de patrocinar a campanha podem entrar em contato por corréio eletrónico: tartarugasbv@gmail.com ou através do telefone: (47) 9971-9017.

SAIBA MAIS

1 – Das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, cinco ocorrem no Brasil e todas estão ameaçadas de extinção.

2 – A tartaruga verde pode chegar a superar os 100 anos de idade e têm como principal causa de morte a ingestão de plástico, afogamento acidental em redes de pesca industriais e artesanais e a caça ilegal.

3 – A espécie se alimenta no sul do país até alcançar a maturidade reprodutiva, quando migra para desovar nas praias inabitadas do norte brasileiro.

4 – Em Barra Velha, as tartarugas verdes podem ser vistas no Costão dos Náufragos, no porto das Canoas, na Praia do Tabuleiro, na Praia de Pedras Brancas e Negras, e nas lájes próximas da costa.

RELATÓRIO

1 – Desde a abertura do registro de ocorrências da campanha, no dia 18 de julho, foram achadas mais três tartarugas da espécie.

2 – O primeiro caso (18/07) foi de um animal que apresentou sinais de estrangulamento por rede, o segundo foi de uma tartaruga com a cabeça cortada, o terceiro caso foi de um animal jovem sem sinais de rede, e o quarto (19/08) de uma tartaruga que poderia ter ficado doente.

3 – Cada animal será enviado à Univali para averiguar as causas científicas de morte e dessa forma planejar a estratégia da campanha.

Fonte: Nas Ondas com Banana

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