Por Gisela Cabral
Trabalho realizado no arquipélago há duas décadas garante a preservação da espécie dos rotadores। Com pesquisa, educação ambiental e investimento público e privado, foi possível manter a presença maciça desses animais na costa das ilhas
Pesquisa científica, educação ambiental e participação ativa da comunidade. Baseado nesse tripé, o projeto Golfinho Rotador acaba de comemorar 20 anos de existência, totalmente dedicados à preservação da espécie que dá nome à iniciativa e habita o Arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Recentemente, foram contabilizadas pela coordenação do projeto um total de 32 mil horas de observação de golfinhos e 1.190 mergulhos. Além disso, 185 mil turistas foram atendidos, e houve cerca de 600 oficinas voltadas para a educação ambiental de estudantes.
O rotador é um animal oceânico e tropical, sendo a terceira espécie de golfinho em maior quantidade no mundo. Ele ganhou esse nome por saltar fora d’água e realizar até sete voltas em torno do próprio eixo. Em todo o planeta, existem hoje cerca de 2 milhões de rotadores. O Arquipélago de Noronha recebe, por dia, a visita de 350 indivíduos da espécie.
O projeto é coordenado pelo Centro Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e executado pela organização não governamental Centro Golfinho Rotador, com patrocínio da Petrobras. Segundo os especialistas responsáveis, as ações executadas ao longo de duas décadas têm dado frutos. Prova disso é que, atualmente, a probabilidade de encontrar golfinhos em Fernando de Noronha é a mesma desde 1990. O local da ilha escolhido pelos animais para descanso, reprodução e cuidados com os filhotes, inicialmente, era a Baía dos Golfinhos. Com o passar dos anos, os estudiosos descobriram que os golfinhos também começaram a ocupar a Baía de Santo Antônio, conhecida popularmente como Entre Ilhas.
Dados coletados pelos pesquisadores mostram que, entre 1991 e 2005, os golfinhos ocupavam a região de Entre Ilhas em 30% dos dias do ano. Em 2006 e 2007, a frequência passou a ser de 50%. Já em 2008 e 2009, esse percentual subiu para 90%. “Se não fosse o projeto, que protege essa população, os animais já teriam saído da ilha”, enfatiza o coordenador e idealizador do Golfinho Roteador, o oceanógrafo José Martins.
Estresse
De acordo com o oceonógrafo, a movimentação de barcos decorrente do turismo náutico pode afetar seriamente a saúde desses animais. Isso porque os golfinhos que acompanham o barco ficam “de guarda”, em vez de realizarem funções necessárias, como descanso, amamentação dos filhotes e até a proteção dos mesmos contra os tubarões. “Quanto maior o número de golfinhos de guarda, menor a quantidade de animais cumprindo suas funções essenciais. Isso pode causar uma redução na taxa de nascimento e aumento da mortalidade, além de provocar um estresse enorme para o animal”, destaca. Porém, segundo Martins, várias medidas de proteção vêm sendo tomadas desde 1987, na ilha, a fim de evitar esses problemas. Uma delas foi o fechamento da Baía dos Golfinhos ao trânsito de embarcações. “O próximo passo será o fechamento de Entre Ilhas, com a mesma finalidade”, explica.
O oceanógrafo do projeto conta que, quando não estão em Noronha, os golfinhos costumam se deslocar até as montanhas submarinas — formações localizadas em frente ao estado do Rio Grande do Norte — em busca de alimentos. No cardápio dos animais, estão lulas, camarões e pequenos peixes. Segundo José Martins, os picos de nascimento de filhotes da espécie, no arquipélago, acontecem entre os meses de março e abril, agosto e setembro.
O Golfinho Rotador é um dos projetos de biodiversidade marinha que compõem o Planejamento Estratégico Integrado, no qual estão previstas ações conjuntas em um prazo de 10 anos। O plano foi elaborado em 2007 pelas instituições executoras dos projetos, Petrobras e ICMBio. “Serão investidos R$ 500 milhões nessas áreas até 2012”, destaca a gerente de programas ambientais da empresa energética, Rosane Aguiar. Segundo ela, nos últimos três anos, a Petrobras investiu R$ 2,6 milhões no Golfinho Rotador. “Acompanhamos de perto as ações voltadas para a preservação da espécie. Os resultados são nítidos e motivam a empresa a reforçar, cada vez mais, a sua responsabilidade com o meio ambiente”, destaca.
Fonte: golfinhos.kit.netO rotador é um animal oceânico e tropical, sendo a terceira espécie de golfinho em maior quantidade no mundo. Ele ganhou esse nome por saltar fora d’água e realizar até sete voltas em torno do próprio eixo. Em todo o planeta, existem hoje cerca de 2 milhões de rotadores. O Arquipélago de Noronha recebe, por dia, a visita de 350 indivíduos da espécie.
Os golfinhos rotadores têm esse nome porque conseguem dar até sete voltas em torno do próprio eixo |
O projeto é coordenado pelo Centro Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e executado pela organização não governamental Centro Golfinho Rotador, com patrocínio da Petrobras. Segundo os especialistas responsáveis, as ações executadas ao longo de duas décadas têm dado frutos. Prova disso é que, atualmente, a probabilidade de encontrar golfinhos em Fernando de Noronha é a mesma desde 1990. O local da ilha escolhido pelos animais para descanso, reprodução e cuidados com os filhotes, inicialmente, era a Baía dos Golfinhos. Com o passar dos anos, os estudiosos descobriram que os golfinhos também começaram a ocupar a Baía de Santo Antônio, conhecida popularmente como Entre Ilhas.
Dados coletados pelos pesquisadores mostram que, entre 1991 e 2005, os golfinhos ocupavam a região de Entre Ilhas em 30% dos dias do ano. Em 2006 e 2007, a frequência passou a ser de 50%. Já em 2008 e 2009, esse percentual subiu para 90%. “Se não fosse o projeto, que protege essa população, os animais já teriam saído da ilha”, enfatiza o coordenador e idealizador do Golfinho Roteador, o oceanógrafo José Martins.
Estresse
De acordo com o oceonógrafo, a movimentação de barcos decorrente do turismo náutico pode afetar seriamente a saúde desses animais. Isso porque os golfinhos que acompanham o barco ficam “de guarda”, em vez de realizarem funções necessárias, como descanso, amamentação dos filhotes e até a proteção dos mesmos contra os tubarões. “Quanto maior o número de golfinhos de guarda, menor a quantidade de animais cumprindo suas funções essenciais. Isso pode causar uma redução na taxa de nascimento e aumento da mortalidade, além de provocar um estresse enorme para o animal”, destaca. Porém, segundo Martins, várias medidas de proteção vêm sendo tomadas desde 1987, na ilha, a fim de evitar esses problemas. Uma delas foi o fechamento da Baía dos Golfinhos ao trânsito de embarcações. “O próximo passo será o fechamento de Entre Ilhas, com a mesma finalidade”, explica.
O oceanógrafo do projeto conta que, quando não estão em Noronha, os golfinhos costumam se deslocar até as montanhas submarinas — formações localizadas em frente ao estado do Rio Grande do Norte — em busca de alimentos. No cardápio dos animais, estão lulas, camarões e pequenos peixes. Segundo José Martins, os picos de nascimento de filhotes da espécie, no arquipélago, acontecem entre os meses de março e abril, agosto e setembro.
O Golfinho Rotador é um dos projetos de biodiversidade marinha que compõem o Planejamento Estratégico Integrado, no qual estão previstas ações conjuntas em um prazo de 10 anos। O plano foi elaborado em 2007 pelas instituições executoras dos projetos, Petrobras e ICMBio. “Serão investidos R$ 500 milhões nessas áreas até 2012”, destaca a gerente de programas ambientais da empresa energética, Rosane Aguiar. Segundo ela, nos últimos três anos, a Petrobras investiu R$ 2,6 milhões no Golfinho Rotador. “Acompanhamos de perto as ações voltadas para a preservação da espécie. Os resultados são nítidos e motivam a empresa a reforçar, cada vez mais, a sua responsabilidade com o meio ambiente”, destaca.
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